Oito março


Parece que é sempre assim, me inspirei quando admiro um olhar. Fico tonta e pasmo a esperar. Lembro quando aconteceu da última vez, um ano atrás.
Escrevo também por causalidade, ou então fatalidade. Faltou luz, estou sozinha em casa com o celular desligado e a chuva está forte lá fora.
Gelando a paisagem sonora, trovões e horas disputando espaço entre meus tímpanos.
O chão de madeira reflete a pouca luz que está e nos meus pensamentos crio conflitos que precisam ser resolvidos.
Cansei de não ter o que quero

Quero criar histórias que me fascinem como antigamente, que me façam sentir, como boa livros que já li, quero amar alguém que eu ame tanto E ame tanto, e seja livre, leve e feliz na vida. Já estamos cheios de prisões, para que fazer o amor mais uma delas?
Enquanto escrevo, parece que a cuca vai parando aos poucos e a cidade vai engolindo a solidão, na verdade, engole o silêncio, pois esta cidade é cheia de solidão. Ouço ao longe os trovões, na minha a rua os carros voltam a passar e escuto vozes falando. Acho que era mais uma chuva de verão. Só falta a luz votar.

Nenhum comentário: