viv.


eu acreditava em magia, em mágica ainda acredito.
pensava que ao olhar para um quadro, ali eu poderia entrar,
hoje eu olho para um quadro e tento procurar onde ele realmente está.
quando temia o escuro, por ser o lar, doce lar de vampiros e lobisomens, me sentia realmente forte, pois para que temer um homem?
a vida me mostrou que os monstros não são imaginários, e sim tão reais e tão semelhantes à minha figura nua no espelho, que meu corpo se destrói aos poucos, percebendo que a razão de viver é tão cega quanto a luz da lua.
enquanto percorro os ares absorvendo oxigênio, reviro os olhos, sinto cheiros, mãos me tocam mas simplesmente parece, que elas carecem de apego.
sujeito qual vai me fortalecer que não eu?
pelos passos e abraços vou seguindo em direção à morte, tão súbita que me aguarda enquanto eu me divirto e me entristeço pelos casos entrelaçados de outras vidas arraigadas à minha.
por vezes sutis elas somem.
com certeza a beleza que realmente está presente eu não vejo, eu sinto, eu penso.

quando o mundo ainda era mundo e a realidade não continha maldade, eu vivia num sonho, num conto de fadas, onde tudo o que eu desejava seria realizado e as pessoas eram somente boas ou más. hoje percebo que a vida é mais incrível ainda e mais instigante, intrigante, cheia de valor, já que quem batalha por ela é quem a vive e decide qual é a realidade do presente, pois futuro não existe, muito menos o passado, aqui eu parti faz tempo, mas em cada átimo que vivo, eu vivo, sempre vivendo.

Nenhum comentário: