Na fria noite onde não há ressalva nem salvação, senta-se à beira do rio, que hiberna debaixo da neve que cai em seu leito.
Com seus olhos pode ver o que há do outro lado, é ela. 
Parada.
Estarrecida.
Fatigada.
O que houve com tal bela juventude que foi jogada para fora de seu peito em tão pouco tempo?
O vento uiva de tal forma, e lá ainda se encontra ela, cabelos seguindo a melodia do vento, a única coisa boa que podia ser vista dali era sua cor, era o quente em volta daquele azul escuro com branco e cinza.
Só queria uma ponte - ele pensou.
Só queria um beijo - ela gritou.
E agora, divididos novamente por obstáculos transpassáveis, mas que eles mesmos não sabiam. 
De tão fascinante a visão, eles não tiravam os olhos um do outro, e como a vida pode ser vivida sem ser acariciada e explorada parte à parte!?
Se continuar assim, tudo não vai passar de ilusão.
Sentia o amor correndo por suas veias, e o corpo se inundando de calor. 
Sentiu mais uma vez que estava vivo, e que queria comer daquele fruto proibido.
Foi então à luta.
Sua pele congelou, naquele rio indubitavelmente frio e maléfico, que só deseja a sua morte.
Ela pulou também.
Não sei por que os humanos adoram estragar a vida que podem levar apenas por um desejo que não quer calar.
A morte estava ali, ligando-os. Era a única coisa que estava junto à eles.

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